Alguns discos são como o vinho, quanto mais velhos, melhor. Esse é o caso de Hisingen Blues, segundo álbum do quarteto sueco Graveyard.
Lembro na primeira vez que ouvi esse disco, nos idos de 2011, achei bom. Tanto que passei a acompanhar os passos do conjunto mais de perto (shows, novos lançamentos, etc). Entretanto, quatro anos depois da minha primeira audição, posso afirmar: Hisingen Blues envelhece muito bem! Parece ficar melhor ano após ano, audição após audição.
A prova real dessa sonoridade mais retrô é o próprio processo de gravação utilizado na produção do álbum, que contou apenas com o uso de equipamentos analógicos, sem o uso de tecnologias mais modernas.
Sim, a ideia é colocar o ouvinte no meio de uma jam setentista, daquelas bandas garageiras. E a ideia deu certo. Esse é o sentimento transmitido.
Tanto que logo na faixa inicial, Ain’t Fit to Live Here, a banda já avisa que não foram feitos para o momento atual (“Eu não fui feito para viver aqui/ Entre as pessoas dessa época”).
Mas como nem tudo é perfeito, o Graveyard cai na armadilha da Loudness War, e em certos momentos de extrema compressão sonora, você se lembra que está em pleno século XXI.
Lembro na primeira vez que ouvi esse disco, nos idos de 2011, achei bom. Tanto que passei a acompanhar os passos do conjunto mais de perto (shows, novos lançamentos, etc). Entretanto, quatro anos depois da minha primeira audição, posso afirmar: Hisingen Blues envelhece muito bem! Parece ficar melhor ano após ano, audição após audição.
UM PÉ NOS ANOS 70
Em termos musicais, a banda não traz nada de novo. Diferentemente de alguns contemporâneos que ousaram mais, como os também suecos do Ghost, a proposta do Graveyard é claramente mergulhar no passado. Anos 70 na veia!A prova real dessa sonoridade mais retrô é o próprio processo de gravação utilizado na produção do álbum, que contou apenas com o uso de equipamentos analógicos, sem o uso de tecnologias mais modernas.
Sim, a ideia é colocar o ouvinte no meio de uma jam setentista, daquelas bandas garageiras. E a ideia deu certo. Esse é o sentimento transmitido.
Tanto que logo na faixa inicial, Ain’t Fit to Live Here, a banda já avisa que não foram feitos para o momento atual (“Eu não fui feito para viver aqui/ Entre as pessoas dessa época”).
Mas como nem tudo é perfeito, o Graveyard cai na armadilha da Loudness War, e em certos momentos de extrema compressão sonora, você se lembra que está em pleno século XXI.
“A banda toda mergulhou no passado, mas acho que faltou o pessoal avisar o engenheiro de som que essa era a ideia. O som comprimido não combina com a proposta da banda. Aliás, não combina com nada que preste.”
UM POUCO DE ACIDEZ
Apesar de o hard rock ser o gênero musical predominante, em alguns momentos o quarteto adiciona poderosas doses de psicodelia e blues, deixando a atmosfera bastante distorcida e densa, caindo no que podemos chamar de heavy psych. Vale ressaltar que essa foi uma forma de tocar bastante comum em grupos dos anos 70, regados a ácido, como o Sir Lord Baltimore, Buffalo e Flower Travellin' Band.E é na música No Good, Mr Holden que essa característica é exposta explicitamente pelo Graveyard.
A pegada forte é interrompida pelo quase blues de Uncomfortably Numb, e esse é o primeiro momento de grande destaque do disco. Não que antes ele não estivesse bom, pelo contrário. Mas é nessa música que o ouvinte para e pensa: – Uau, eu preciso ouvir isso de novo!
O Graveyard sobe de patamar e acerta (muito) nessa que é talvez a melhor música do disco.
Eu disse talvez no parágrafo acima porque The Siren é uma rival à altura. Enquanto que a letra de Uncomfortably Numb tem uma linha mais íntima e sentimental (“As razões que me fizeram amar você são as mesmas que me fizeram partir/ Desculpe se chegamos até esse ponto”), The Siren mostra um blues mais rasgado e mais sombrio, falando de um suposto demônio que vive em sua cabeça...
Bem, todos possuem seus próprios demônios, não?
O cheirador de enxofre está dentro de nós. |
RETRÔ E ORIGINAL
Hisingen Blues mostra todo o potencial do Graveyard. Uma banda da nova geração sueca que poderá nos mostrar muitas coisas boas. Uma aposta na simplicidade e em um som sem firulas. Uma aposta no passado, sem soar como uma mera cópia. Um tiro que acerta o alvo em cheio.Vida longa aos anos setenta!
“People ask me what is wrong; I don’t see what’s right.”
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FICHA TÉCNICA:
Artista: Graveyard
Ano: 2011
Álbum: Hisingen Blues
Gênero: Hard Rock
País: Suécia
Integrantes: Axel Sjöberg (bateria), Joakim Nilsson (vocal e guitarra), Jonatan Ramm (vocal e guitarra), Rikard Edlund (baixo).
MÚSICAS:
1 - Ain’t Fit to Live Here
2 - No Good, Mr Holden
3 - Hisingen Blues
4 - Uncomfortably Numb
5 - Buying Truth (Tack & Förlåt)
6 - Longing
7 - Ungrateful Are the Dead
8 - RSS
9 - The Siren
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FICHA TÉCNICA:
Artista: Graveyard
Ano: 2011
Álbum: Hisingen Blues
Gênero: Hard Rock
País: Suécia
Integrantes: Axel Sjöberg (bateria), Joakim Nilsson (vocal e guitarra), Jonatan Ramm (vocal e guitarra), Rikard Edlund (baixo).
MÚSICAS:
1 - Ain’t Fit to Live Here
2 - No Good, Mr Holden
3 - Hisingen Blues
4 - Uncomfortably Numb
5 - Buying Truth (Tack & Förlåt)
6 - Longing
7 - Ungrateful Are the Dead
8 - RSS
9 - The Siren
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